lunes, 17 de mayo de 2010

GALERNA

Chegam nuves de galerna
Sementadas d’electrons
Alumeando naçons
Que sabem qu’estam em guerra.


Pr’òutros ficam mui longínquos
Raios, lôstregos e fogo,
Montes de gent’em acocho
Fugindo do ferro ambíguo.


Cai o sol na noit’escura,
Rompe nos telhados pátrios
Queima-s’a vida nos átrios
Nas almas qu’o fogo fura.


Chega a Prensa d’Ocidente
Pra dizer-vos quê pensar
Já podereis descansar
Os parvos, conformes sempre.


Quando morr’a carne viva
Botam fora’a língua’os cans,
Lambem o sangue dos chans
Foçando na pel ferida.


Nom perguntes polas causas,
Se suspeitas qu’é negócio
Tira proveito, meu sócio,
Par’òutros se fai a farsa.


Marcham pr’òutra part’ os ventos
Regalando-nos a vida...
Ham-de voltar outro dia
E nós olvidados lá.

No hay comentarios:

Publicar un comentario